quarta-feira, 19 de maio de 2010

Enfim a viagem e a zebra do madagascar.


Como eu havia dito no post anterior, tudo o que antecedeu a viagem , foi tenso e até certo ponto traumático. Mas vamos lá, chegou a hora. Eu estava sozinho em casa e teria que acordar às 4:15 da manha. Então a tensão pairava no ar. Pra evitar qualquer problema, coloquei meu celular pra despertar, coloquei também um despertador daqueles do paraguai e também programei o telefone do meu quarto pra tocar. Enfim, quando deu 4:15 o meu quarto parecia um parque de diversões, com barulho para todos os lados. Levantei, me arrumei e sai rumo à minha jornada. Antes de passar na federação pra pegar o relatório do jogo, resolvi passar num posto de gasolina para abastecer e checar a agua. Desço do carro e ao meu lado para um Citroen C3 preto, o vidro abaixa e uma moça muito gentil me pergunta como ela faz pra chegar até o bairro do Morumbi. Pois bem, a julgar pela hora, pela maquiagem, e pelo tamanho da saia/decote posso afirmar que ela podia ser tudo, menos beata. Chego na federação e me dirijo até a sala onde ficam os relatórios, pego o meu, desço a rampa e volto pro carro. Mas antes dei aquela tradicional tropeçada né. Se não tiver, não sou eu. E lá fui eu rumo ao hopi hari(local combinado de me encontrar com o 4 arbitro da partida). Foi bem rápido. Em exatos 38 minutos eu estava lá. Pegamos a estrada e seguimos rumo à Zé Bonifa, a viagem transcorreu muito bem e demos uma paradinha pra tomar um café. A atendente não conseguia parar de rir. Confesso que até ficou um pouco envergonhado. E dei uma conferida em mim mesmo umas 3 vezes pra checar se não havia nada fora do lugar. Não tinha, ela que era besta mesmo. As 11:50 chegamos em Zé Bonifa, a primeira impressão que tive da cidade foi um tanto quanto inusitada. Fiquei impressionada com a quantidade de gordos. Paramos num posto pra perguntar onde ficava o estádio, havia uma rodinha de caras bebendo(todos gordos). Fomos até o restaurante e no caminho gordinhas batendo papo, gordinhos andando de bicicleta. Impressionante. Lá no restaurante, garçons gordos, gerente gordo, tia da faxina gorda, clientes gordos. Pois bem, colesterol à parte, chegamos no estádio. Ficamos la parados uns 20 minutos até alguém notar nossa presença e abrir o portão.
Fomos até o vestiário, que acomodava tranquilamente 1 pessoa. Porem estávamos em quatro. Averiguamos o gramado e prontamente voltamos pro vestiário. Me livrei da roupa social e me joguei no shorts. Ficamos lá, duas horas jogando conversa fora. Porem, o que vocês não imaginam, é que o outro bandeirinha era uma celebridade. Simplesmente famoso no mundo inteiro. Estou falando da ZEBRA do filme MADAGASCAR. Um mito. Fomos pro gramado, estadio abarrotado de gente, devia ter aproximadamente umas 90.000 pessoas. Ta bom vai, podem tirar os últimos 3 zeros. O jogo começa, o jogo termina. Poucos vezes vi jogo tão ruim tecnicamente. O Pedrão meu amigo, mais de 100 quilos, fuma, bebe e ainda assim jogaria mais do que aqueles caras. O Du também jogaria, mas antes reclamaria do jogo, da viagem, da comida, da chuteira, do gramado, da bola, do sol, das plantas, da vida, do mundo. Enfim. Nesses 10 anos de carreira eu ouvi todos os tipos de xingamentos possíveis. E todas as variações de corno. Chifrudo, corno manso, corno viado, corno safado, corno ladrão. Agora corno de biquinha foi a primeira vez. Fim do espetáculo, de volta ao vestiário. Me troquei, tirei uma foto com a zebra e bora pra Guarulhos, dormi quase o caminho inteiro. Já chegando fiz as contas de quanto havíamos gastado, meros 20 pedagios . Dez na ida e dez na volta. A fome me consumia. Fiquei falando com a Thais no telefone enquanto dirigia, conversamos por uns 20 minutos. Resolvi passar no mac donalds. Cheguei em casa e dei de frente com 3 bifes à parmeggiana. Fiquei com raiva de mim mesmo. Eu só me ferro, mas não sem motivo, afinal, eu sou árbitro.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

LA BARCA

Quarta- feira(ontem), meus planos para o final de semana já estavam estabelecidos. Já estava tudo certo para irmos(eu e a Thais) até o centro de São Paulo, curtir a virada cultural. Pois bem, eu me esqueci de um detalhe, ainda sou arbitro de futebol, após ficar mais de um ano "parado", perdi a agilidade de raciocinar se terei ou não o final de semana disponível. Na quarta-feira(ontem), estava me dirigindo ao trabalho e liguei pra Thais pra confirmar os últimos detalhes do final de semana. Aí tive aquele lampejo, subitamente lembrei que era arbitro e que talvez, poderia estar escalado para trabalhar no final de semana. Pedi a Thais que ele verificasse o site da federação afim de averiguar se eu estava escalado. Sim eu estava. Aliás, ainda estou. Quando ela me disse a cidade que eu teria que ir, confesso que levei um susto. JOSÉ BONIFÁCIO. Meros 500 km de São Paulo. E o pior, eu sou o único da capital, ou seja, terei que ir sozinho. Já estava conformado em pegar o onibus no tietê as 22h de sábado e chegar em "Zé Bonifa" as 6:00h. Procurar algum "hotelzinho" barato(pois como eu já disse sou arbitro, logicamente a grana é curta). Almoçar por voltas das 12:00h (algum coma a vontade por R$ 7,00). Fazer o jogo as 15:00, sair do estádio as 18:00 e ir direto para a rodoviária esperar o ônibus "Zé Bonifa - São Paulo", que parte as 23:00 e chega em SP as 5 da manhã. Enfim, eu estava com dó de mim mesmo. Eis que por intervenção do acaso, o 4º árbitro da partida(que reside em Indaiatuba) teve a melhor ideia da vida dele. Me ligou para sondarmos a possibilidade de irmos de carro. Me ligou no celular e perguntou se eu podia passar um tel fixo(ele também é arbitro e assim como eu, não dispôe de grande quantidade de dinheiro). Passei o número da minha casa e ele me ligou meia hora depois. Já expliquei pra ele que estou sem carro e não poderia rodar 1000KM entre ida e volta com um carro emprestado. Ele se disponibilizou a ir com o carro dele. Se passou meia hora e a gente enfim conseguiu combinar a viagem. O que mais pesa nessa hora são os custos né(afinal somos árbitros). "Mas por ali não é mais barato?" "Ali não tem menos pedágios hein?" etc etc etc. Nos encontraremos as 6:30 da manha na cidade de Vinhedo, e de lá partiremos rumo a Zé Bonifa. Confesso que estou feliz. Eu já estava conformado em ter que viajar de ônibus, não que eu não goste, é que eu tenho medo. Sempre vou nas poltronas de tras, porque em uma eventual batida, a parte da frente se deteriora mais. Enfim, pensamentos de uma pessoa com medo. Eu poderia ter evitado todo esse transtorno e comprado passagens aéreas de ida e volta para São Jose de Rio Preto e de lá "andar" mais 30KM. Mas, eu sou árbitro.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

TUDO ESTÁ MUITO SEM GRAÇA

As coisas estão mudando. De fato o mundo está realmente ficando muito chato. Não se pode mais fazer piadas. Vejamos.

Se faço piada de gordo, é porque sou insensível. Se faço piada de pobre é porque sou metido. Se a piada for de rico na verdade sou invejoso. Se eu faço piada de negros(mesmo minha família sendo negra), sou racista. Alias, negro pode fazer piada de negro, é liberado. Se a piada for com qualquer pessoa de outro pais, sou xenofóbico. Continuando, piada com crente quer dizer que sou anti cristo, piada com ateus quer dizer que sou crente fervoroso. Se alguém faz piada com gay então, o mundo desaba, os gays são intocáveis e particularmente, sem senso de humor. Também não posso fazer piada com velhos porque eu seria indelicado, se a piada for com crianças é porque sou um velho metido a “sabichão”. Se eu fizer piada com mulheres já me chamam de gay. Se fizer piada de médicos, advogados ou qualquer outra profissão estarei sendo corporativista. Se a piada for direcionado à minha própria profissão, estarei sendo antiético. Se faço piada com funk/Axé/Pagode já me intitulam de “rokeiro” babaca , metido a Cult ou pior, poderão me rotular de rastafári maconheiro. Alias nada contra os rastafáris, só contra os maconheiros, o difícil é dissociar. Se for piada direcionada ao rokeiro/reggeiros/Mpb obviamente serei favelado, pobre, sem cultura. Agora, por gentileza, alguém poderia me dizer do que se pode fazer piadas?

Libertadores com cara de Libertadores

Escrevo já com certo atraso à respeito das oitavas de final da copa Santander Libertadores. Vou ser breve nos comentários. O São Paulo, ao contrario do que os torcedores presentes no Morumbi acharam, jogou bem. Não foi um primor de apresentação, porém, tiveram muita determinação e a bola não entrou , ora por competência do goleiro do Universitário, ora por pura sorte. Nos pênaltis o São Paulo fez prevalecer sua maior categoria e garantiu a classificação, como todos já esperavam desde o início. O Internacional mostrou muita força, muita garra e se fez prevalecer jogando em seus dominios. O Beira Rio é o chamado caldeirão, e a torcida empurra o time. Corinthians e Flamengo fizeram um jogo inesquecível. O Timão "matou" o mengo no primeiro tempo, abriu um bom 2x0 e estava com um pé na proxima fase. Porem, o regulamento da Libertadores, é por vezes traiçoeiro. E mais uma vez foi assim. A aparente grande vantagem do timão se reduziu a nada quando Vagner Love em ótimo passe de Kleberson fez o gol do mengão. A fiel torcida como de costume apoiou a equipe até o final da partida e aplaudiu reconhecendo o esforço dos jogadores, que lutaram o tempo todo. A vaga ficou em boas mãos, o Flamengo representará muito bem o Brasil na Libertadores.